quarta-feira, 4 de julho de 2007

Dois ex-campeões mundiais na festa do São Lourenço























Os organizadores da tradicionalíssima festa do São Lourenço, Vale Pereira e Tião Tatá, informaram que dois ex-campeões mundiais de futebol devem estar presentes no evento deste ano, que acontecerá no dia 18 de agosto, a partir das 10 horas, no Clube da Bambozzi. Coincidentemente são dois laterais direitos, Djalma Santos ex-Palmeiras (campeão do Mundo em 1958 e 1962) e Zé Maria ex-Corinthians(campeão do Mundo em 1970).

Outros jogadores do passado, como o ponta esquerda Nei, e o volante Dudu, ambos ex-jogadores de Ferroviária e Palmeiras, também devem marcar presença mais uma vez.



Fonte: Thadeu Barbieri (toqueonline.com.br)

segunda-feira, 21 de maio de 2007

HISTÓRIA "Primeiro Time em 1944"




São Lourenço Atlético Clube





Em uma reunião envolvendo esportistas da cidade de Matão, com o propósito de fundar um clube esportivo e dessa reunião surge em 10 de Agosto de 1944 o São Lourenço Atlético Clube, idéia do saudoso Luiz Miguel Pereira “Luizinho Pereira”.

Ganhou esse nome pelo fato de a reunião ser no dia de um santo, ou seja, São Lourenço. Ficou decidido entre os presentes que em uma data oportuna se reuniriam para a formação da Diretoria do clube recém formado. E Jurandyr Maccagnan, secretário denominado para esta reunião, escreveu a presente ata que segue assinada por ele e pelos demais.
As. Jurandyr Maccagnan, Luizinho Pereira, Eudayr Augusto de Souza e Alfredo Portapila.
No dia 1 de Setembro de 1944, se reuniram na casa do jovem esportista Luizinho Pereira, para realizar ali a eleição da 1ª diretoria do São Lourenço, que regeria o destino do clube por tempo indeterminado. 

A diretoria eleita foi:
Presidente: Luizinho Pereira
Vice-Presidente: Antônio Dall´acqua
2º Vice-Presidente: Lafaiette Lucca
Secretário Geral: Jurandyr Maccagnan
1º Secretário: Eudayr Augusto de Souza
2º Secretário: José Aparecido Camargo
Tesoureiro Geral: Sérgio Felício de Souza “Salim”
1º Tesoureiro: Wilson Luiz Bertachini
2º Tesoureiro: Rudney Guaglini
Diretor de Esportes: Omil Gil Torres

Neste mesmo dia foi empossada esta diretoria recém-eleita por unanimidade de votos dos presentes.

Daí então começou as atividades, sendo que o Presidente também era o Técnico. Começaram a formar a equipe com atletas da cidade, começou com 22 jogadores, em sua maioria jovens, que trabalhavam durante todo o dia e depois iam treinar até escurecer, antes porem os jogadores faziam aquecimento dando voltas ao redor do campo, pois não havia preparação física.

O treinamento durava (1h30) uma hora e meia, com sol ou chuva ocorria os treinamentos, com as equipes divididas entre titulares e reservas, (defesa reserva ataque titular) x (defesa titular e ataque reserva), tudo sob o olhar atento de Luizinho Pereira. O campo de treino era próximo às margens do rio São Lourenço, onde hoje está situada a Estação Rodoviária Municipal.

Aos Domingos e feriados tratavam-se as partidas contra equipes de outras localidades, as viagens dos atletas, a princípio eram feitas de caminhões, trens ou carros de praça. Mais com o advento da indústria automobilística no Brasil, as locomoções dos jogadores começaram a serem feitas por peruas Kombi, que se deslocavam para grandes distâncias: Jales, Fernandópolis, Rubinéia, etc.
Mesmo em competições oficiais, ninguém recebia um centavo sequer, tudo era feito com vontade, dedicação e amor ao clube.

A primeira camisa usada pelo time era a camisa tricolor como a do Fluminense:
A Segunda camisa era a do Vasco da Gama:
A terceira camisa e definitiva foi com as cores do Flamengo, o Rubro Negro.

Do material esportivo somente as camisetas de futebol eram cedidas, os demais assessórios: calções, meias e chuteiras competiam aos atletas. Muitos destes sem condições financeiras emprestavam esses acessórios dos companheiros que jogavam na equipe aspirante, era assim que funcionava.

A condição financeira da agremiação era pequena, limitava-se ao clube a lavagem das camisetas, que era feita pela irmã do treinador, Lurdinha Pereira Polito, que fazia com respeito, carinho e amor.
As chuteiras eram de seis cravos em couro, feitas pela sapataria, onde o atleta tinha que encomendar.

As bolas eram de cor laranja e costuradas a mão. Após os jogos ou treinos, eram esvaziadas e pintadas com graxa de calçado para conservar, já quando o clima era seco, eram ensebadas.
Habitualmente as bolas eram ofertadas ao clube pelos admiradores da agremiação, que eram compradas em Araraquara ou outros grandes centros.

As redes dos gols eram colocadas antes do jogo pelos jogadores, eram feitas de fibra de algodão. Após os jogos eram retiradas e guardadas em sacos de estopa, para futuras competições. As linhas de marcação do campo eram feitas com cal.

Foram Presidentes do clube:
- Jorge Kfouri
- Romualdo Bottura
- Antônio Fécchio
- Sérgio Felício de Souza “Salim”
- Rômulo Giocondo Albarici
- José Rosa

- Azor Silveira Leite

De um time que começou como uma equipe de várzea, disputando torneios na cidade e na região, foi o primeiro time profissional da cidade de Matão, disputando na época a 3ª Divisão da Federação Paulista de Futebol. Isto foi até o ano de 1968.

Hoje o São Lourenço vive na lembrança e nos corações de ex-atletas, e para nunca deixar morrer todo o passado do clube, é realizado em Agosto mês de aniversário do clube uma festa de confraternização com os amigos e ex-atletas do São Lourenço, que acontece desde 1989, uma pacata reunião em uma chácara somente com ex-atletas.

Devido às proporções que vem tomando a Festa, acabou entrando para o calendário de eventos do município, e a cada ano ex-craques do futebol brasileiro prestigiam essa festa.
Atletas como, Ademir da Guia (Palmeiras) 2001/2002, Oberdan Cattani, Fábio e Turcão (Palmeiras) 2004, Dudu e Nei (Palmeiras), Wilson Tadei (Grêmio) 2005 e 2006 novamente Dudu e Nei (Palmeiras), que gostaram tanto da festa e da recepção que voltaram. 2007 Djalma Santos e Dudu (Palmeiras), Zé Maria (Corinthians), Oscar (São Paulo) e 2010 Lola (Atlético/MG).

E o idealizador das festas Lorival Pereira “Vale Pereira”, junto a uma comissão, (Sebastião Mariano de Souza “Tião Tatá”, José Luiz Paiolo, Lúcio de Souza, Enéias Chiozzini Filho “Mano”, Laerte Pereira “Laertinho” e Wanderley Constantino), que não medem esforços para correr atrás dos preparativos como, enviar os convites, entrar em contato pelo telefone, encomendar os comes e bebes e propiciar a vinda dos craques do passado.
E sem contar com a parceria de Empresários da Cidade, amantes do esporte que colaboram com o evento.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Wilson Luiz Bertachini (Moio)





Meia Direita São Lourenço Atlético Clube





De família tradicional de Matão, Wilson Luiz Bertachini o Moio, em 1946 com 13 anos começou sua trajetória no São Lourenço. Tempos difíceis, já que em 1945 terminará a guerra, era difícil até para comprar equipamentos esportivos como bolas e camisetas, para isso eram necessárias fazer rifas para angariar fundos e comprar os equipamentos.

Eram tão acostumados a jogar descalços que a primeira vez que usaram chuteiras, não se encontravam em campo e ficou boa parte do jogo atrás do placar, até que com ordem do treinador arrancaram as chuteiras e venceram o jogo de virada.

Como grande parte dos atletas trabalhava os treinos eram feitos no final da tarde, quando o técnico chegava enchia as bolas para o treino, preparava tudo. Mas como o campo de treino era próximo ao rio da cidade (São Lourenço), a bola caia no rio demorava porque tinha que entrar para retirar a bola, sem contar que isso tornava a bola mais pesada e dura, à famosa bola de tento.

O primeiro jogo oficial de Moio fora da cidade foi em Taquaritinga, em um jogo promovido por Edgar Lombardi, todos estavam eufóricos por atuar pela primeira vez fora de casa.

“Em todos os tempos em que o São Lourenço exercia suas atividades os times eram muito bons, perder era muito difícil”, afirma.

Quando realizavam jogos fora da cidade os atletas eram transportados de caminhão que era cedido pela Administração Municipal ou de trem.

Segundo o ex-atleta o melhor time de todos os tempos do São Lourenço era formado por: Enéias, Ogui, Tufic, Everaldo, Dalaqua e Dimer, Antônio Tatá, Moio, Baiano, Omil e Zé Coco.

“O Palmeiras veio jogar em Araraquara e o São Lourenço foi convidado para fazer a preliminar contra os aspirantes da Ferroviária, que tinha um bom time e não perdia com facilidade, principalmente em casa, e o São Lourenço meio receoso, a torcida em peso no Estádio. Só que o time não se abateu e venceu o jogo por 2 a 1”, completa.

Moio conta que dentro do clube existem vários momentos, um deles se passa em Santa Adélia, o time era formado em sua maioria por jovens entre 16 e 17 anos e o time da casa já era profissional.

“Quando chegamos à cidade e as pessoas viram a molecada desembarcando, viramos motivo de chacota, ficamos apreensivos, mas quando rolou a bola o time se saiu tão bem e venceu o jogo por 4 a 1 e como na época a diversão dos finais de semana era o futebol o campo estava cheio nos barrancos, pois ainda não existiam as arquibancadas e o São Lourenço com sua molecada foi aplaudido pela torcida”, lembra.

O atleta enfatiza ainda que um time que enfrentava o São Lourenço de igual pra igual era o Paulista de Araraquara, que contava com jogadores com Dudu (ex-Palmeiras), Dedié, Jarbinhas e Desastre, os jogos eram sempre disputados, 1 a 1, 2 a 2.

Moio sempre foi considerado um Ídolo pelos jogadores mais novos e até hoje ao se falar de São Lourenço, todos se referem à Moio.

Hoje vive em Matão e exerce o cargo de Juiz de Paz.

domingo, 22 de abril de 2007

Sebastião Mariano de Souza (Tião Tatá)




Na época em que estava sendo construído o Estádio Municipal, encontrou com Luizinho Pereira, técnico do São Lourenço isso aconteceu no fim de 1963 quando tinha 17 anos, perguntou ao técnico da equipe se poderia treinar no clube e foi aceito de imediato, como era uma terça feira chuvosa não seria realizado o treino, (pois os treinos eram realizados as terças e quintas-feiras), porém na quinta se não chovesse seria realizado normalmente. E foi o que aconteceu, foi treinou na quinta e no Domingo já embarcou com a equipe para Catanduva, e a viagem foi de trem, onde o time jogaria contra o Higienópolis.

Tião jogava de volante, posição na qual o titular era Cabelo, ficou no banco, mas no segundo tempo entrou e fez boa partida agradando o técnico.
Surpreso, conta, “por ser novato e a primeira partida chegar e já jogar”.
Em 1964 seu irmão (Zé Tatá), morava em Pindorama, (cidade próxima a Catanduva),
Convidou Tião para jogar no time da cidade, então disputou o campeonato amador daquela região. Em 1965/66 jogou o campeonato amador do estado e em 1967 foi para o CAT de Taquaritinga, mais a pedido do Presidente do São Lourenço Sérgio Felício de Souza - Salim e do técnico Luizinho Pereira, voltou para Matão para disputar a 3ª Divisão do Campeonato Paulista pelo São Lourenço.

Para o Ex-atleta o que mais marcou em sua trajetória no São Lourenço, foi à disputa do Campeonato Paulista da 3ª Divisão, e o grande jogo disputado foi contra a equipe do Sãomanoelense, “marcante porque o adversário tinha um grande time, com grandes jogadores e mesmo assim o São Lourenço venceu o jogo por 1 a 0, mais não se classificou”, lembra.

Em abril de 1969 devido à mudança de sua família de Matão, teve que deixar o clube e foi morar em Tupi Paulista. E no time da cidade disputou a 2ª Divisão do Campeonato Paulista, em 1970/71/72/73, já em 1974 foi para o Dracena Futebol Clube, cidade próxima, em 1975/76 se transferiu para Associação Oswaldo Cruz, em (Oswaldo Cruz) depois da temporada de 1976 encerrou sua carreira no futebol, devido ficar muito tempo longe da família.

Tião fez parte da comissão organizadora da Festa de confraternização do São Lourenço Atlético Clube, faleceu em 06-05-2023

sábado, 21 de abril de 2007

Carmo Davi (Baiano)





Com 14 anos em 1953, Baiano iniciou sua carreira como jogador no São Lourenço, como todo garoto começou na reserva, a posição original era centroavante.

Trabalhava como Alfaiate junto de um companheiro de futebol Everaldo.

Não é à-toa que atuava na posição, pois em um dos jogos dentro da cidade em que atuou pela primeira vez fez 5 gols no qual foram cobrados 5 escanteios e finalizou os 5 com sucesso, o jogo foi contra o Toriba outro clube tradicional da cidade de Matão.

“O pessoal falava assim, faz pênalti, mas não escanteio”, lembra.

Daí o garoto foi se destacando aos poucos, em jogos contra times da região de Matão.

Tinha tudo para dar certo, até que um dia o pai do atleta o saudoso Otacílio Davi Otacilião, que comandava um time juvenil da cidade, disse que iria até Araraquara para comprar equipamentos esportivos para seu time, daí a grande surpresa, foi levado até a Ferroviária para treinar e fazer um teste onde foi bem e foi contratado pelo clube, passou por todas as categorias, Amador, Juvenil e Profissional, como era novo podia atuar em todas as categorias ao mesmo tempo.

“Passei atuar na equipe profissional em definitivo em 1959, onde fiz parte de uma das melhores equipes formada pela Ferroviária”, completa.

Ferrinha como é conhecida não tomava conhecimento de nenhum time, ainda mais quando jogava com os grandes da capital.

“Fui com a Ferroviária para várias excursões para a Europa, Portugal e Espanha”, conta.

O time era formado por atletas que ao longo da carreira se destacaram em grandes clubes do país, o time era formado por:

Rosan, Ismael, e Antoninho, Dirceu, Rodrigues, Cardareli, Faustino, Dudu, Baiano, Bazani e Belini.

Essa equipe da Ferroviária chegou a ficar em terceiro lugar na classificação do Campeonato Paulista e Vice-campeão em 1960.

Com os resultados alguns atletas da Ferrinha foram sondados por grandes clubes da capital e Baiano foi contratado pelo São Paulo Futebol Clube em 1960.

Durante a trajetória no tricolor paulista não conquistou nenhum título, pois na década de 60 existia o Santos de Pelé e companhia, sempre terminava as competições em segundo e terceiro lugar.

“Apesar de não conquistar nenhum título disputei 121 partidas e marquei 60 gols no São Paulo”.

Com boas apresentações no São Paulo rendeu a Baiano à convocação para a tão sonhada Seleção Brasileira onde atuou durante todo ano de 1961, já em 62 ano da Copa do Mundo do Chile, foi cortado alegaram que Baiano sofria de problemas cardíacos, então foi substituído por Amarildo do Botafogo do Rio, que se não fosse o corte Baiano Seria Bi-Campeão do Mundo com a Seleção jogando, já que Amarildo substituiu Pelé que se machucou durante a competição.

“Engraçado que continuei jogando pelo São Paulo por mais três anos até 1965”, lamenta.

Hoje Baiano vive em Matão com muita disposição e bom humor.


Dorvali Geraldo (Túlio)





Com 12 anos Túlio começou a freqüentar os treinos do São Lourenço a partir de 1956/57, sua trajetória no São Lourenço foi marcante graças aos ensinamentos de Luiz Miguel Pereira o Luizinho Pereira técnico do time, foi o ponto alto de sua carreira no time. “Gostava muito de jogar no São Lourenço, que no segundão, equipe aspirante, joguei até de goleiro”.

Túlio jogou no clube por 10 anos, na carreira lembra-se de dois jogos inesquecíveis, o primeiro foi em Analândia em que fez um gol de falta do seu próprio campo e o outro foi em Matão contra o time de Arialva, onde começou uma tabela de cabeça onde foram dados quatro toques e terminou com o gol de Antônio Ap. Longuini o Estação e o jogo terminou 5 a 1 para o São Lourenço.
“Foi um verdadeiro gol de placa”, diz.

“Nessa época jogávamos com amor a camisa, e víamos o sacrifício do técnico e dos dirigentes.

Túlio jogou muitas vezes pela Ferroviária, pois a Ferrinha não tinha centroavante por isso Túlio era contratado para atuar em vários jogos, mais o grande amor de sempre foi o São Lourenço. “O São Lourenço não era um saco de pancadas, era considerado um time imbatível”, afirma.
Conta com muita emoção que sente saudade dos velhos tempos em que atuava pelo São Lourenço. Era um jogador completo chutava bem com as duas pernas, cabeceava, batia faltas e pênaltis. Certa vez em um torneio o jogo foi decidido nos pênaltis, e na época eram cobrados três pênaltis e só um jogador cobrava, o cobrador oficial era Túlio que cobrou os três e converteu o adversário também.
“Fomos cobrando até o entardecer e como não havia iluminação no estádio o título foi decidido no cara e coroa, era tão pé quente que ganhamos o torneio na moedinha”, lembra.
Nos dias de hoje Túlio ainda joga futebol nos finais de semana em São Paulo onde vive atualmente e não falta a nenhuma festa de confraternização do clube. Mesmo passando dos sessenta anos, esbanja saúde e disposição.

Baiano

Baiano
Hoje aposentado em Matão.

Baiano

Baiano
Em formação com o São Lourenço;

Baiano

Baiano
Arrematando de cabeça, quando jogava pela Ferroviária contra o São Paulo.

Baiano

Baiano
Agora pelo São Paulo, aplicando um belo drible no adversário;

Baiano

Baiano
Na capa de uma revista esportiva da epoca;

Matão - Mapa